À medida que passa o tempo, questões sobre a natureza da filosofia como empreendimento humano, como atividade intelectual com suas determinações e especificidades, têm me assombrado cada vez mais.
O que percebo, em meus metapensamentos, é o quão difícil é sustentar uma visão pragmática no meio acadêmico, especialmente quando essa visão precisa ser defendida ao lado de teorias puras, que não demonstram qualquer preocupação com sua aplicação prática. Nessas teorias, o que importa são os problemas e as soluções concebidos em um registro exclusivamente teórico, sem exigência de vínculo com as práticas efetivas do raciocínio.
Essa dificuldade não é apenas um dado de contexto, mas revela algo mais profundo sobre a própria natureza do filosofar. E é nesse contraste que sinto, de maneira cada vez mais aguda, o quanto a tarefa pragmática exige não apenas argumentação, mas também resistência: resistência à tendência de tratar a filosofia como um exercício autossuficiente, sem relação direta com aquilo que fazemos quando raciocinamos, justificamos, interpretamos.
Obrigado pelo comentário, caríssimo. De maneira bem aristotélica, creio que a virtude está na mediania. De fato perdemos muito na academia ao ter um certo “horror da prática”. Isso nos traz prejuízos de diversas formas. Mas, como citei no próprio texto, o mesmo Aristoteles dizia que a filosofia também nasce do desejo de saber pelo simples desejo de “fugir da ignorância”, ou seja, pelo conhecimento cujo fim é ele mesmo, sem nenhuma outra “aplicação” que não o próprio saber. E aí acho que o mundo contemporâneo também perde imenso por medir os saberes apenas pela sua envergadura pragmática. Abraços.
O que percebo, em meus metapensamentos, é o quão difícil é sustentar uma visão pragmática no meio acadêmico, especialmente quando essa visão precisa ser defendida ao lado de teorias puras, que não demonstram qualquer preocupação com sua aplicação prática. Nessas teorias, o que importa são os problemas e as soluções concebidos em um registro exclusivamente teórico, sem exigência de vínculo com as práticas efetivas do raciocínio.
Essa dificuldade não é apenas um dado de contexto, mas revela algo mais profundo sobre a própria natureza do filosofar. E é nesse contraste que sinto, de maneira cada vez mais aguda, o quanto a tarefa pragmática exige não apenas argumentação, mas também resistência: resistência à tendência de tratar a filosofia como um exercício autossuficiente, sem relação direta com aquilo que fazemos quando raciocinamos, justificamos, interpretamos.
Obrigado pelo comentário, caríssimo. De maneira bem aristotélica, creio que a virtude está na mediania. De fato perdemos muito na academia ao ter um certo “horror da prática”. Isso nos traz prejuízos de diversas formas. Mas, como citei no próprio texto, o mesmo Aristoteles dizia que a filosofia também nasce do desejo de saber pelo simples desejo de “fugir da ignorância”, ou seja, pelo conhecimento cujo fim é ele mesmo, sem nenhuma outra “aplicação” que não o próprio saber. E aí acho que o mundo contemporâneo também perde imenso por medir os saberes apenas pela sua envergadura pragmática. Abraços.